# 4 The Rolling Stones, Let It Bleed,1969
Olá gatinhas e gatões curiosos!
O 1001 discos tem o prazer de apresentar o álbum de uma
banda nova por aí, ouçam seu trabalho para dar uma forcinha pros caras.” Uns
tais” de Rolling Stones.
O ano era 1969, período 5070-5071 de Kali Yuga, a idade das
trevas, do ferro. O homem pisa na lua pela primeira vez, Woodstock chegando
para os últimos suspiros do “Flower Power”, ano considerado também como o ano
do nascimento da Internet, a Guerra do Vietnã rolando. O mundo ficava pequeno demais para tanto sentimento e criatividade explodindo dentro
de cada ser humano. Como diria um amigo: “Um ano bem sugestivo”. E no meio de
tudo isso e mais um pouco, Let it Bleed , é lançado mostrando a dureza desses
tempos.
Tudo se resumia em violência, política, poder, avanços tecnológicos e uma certa
esperança e otimismo, as pessoas estavam formando suas comunidades, suas soluções. Não deve ser a toa que o álbum começa com o apocalipse de
“Gimme Shelter” e encerra com a triste mensagem de “You Can`t Always Get What
You Want”.
O trabalho dos Stones em Let It Bleed também conta com uma variedade de ritmos, como era
feito na boa época do rock onde o blues e o folk influenciavam diretamente.
E como diria o livro que inspirou esse humilde Blog, o álbum
também é hard hock. E é assustador quando
a gente lê a letra de” Midnight Rambler” , por exemplo.
Como não conhecia o álbum inteiro antes de comprá-lo, nas
primeiras vezes em que ouvi, não entendia muito bem , afinal de contas, não
consegui definir apenas um padrão e um ritmo para ele. Ao ler algumas letras, me
confundo ainda mais achando que “Love In Vain” era apenas uma love song, mas
que rolava depois da forte, política apocalíptica “Gimme Shelter”, passando
depois para algumas mensagens de violência e ameaças de “Midnight Rambler” e
propostas mega indecentes da música título do disco. Cheguei a pensar que minha
música favorita era alguma mensagem de esperança! “Você não pode ter tudo o que
quer, mas se tentar algumas vezes pode encontrar aquilo que precisa”.
Realmente, é uma mensagem bonita, mas o contexto todo era expressar como
algumas pessoas são conformadas demais e como elas ficam tristes e acabadas
demais quando não colocam, todo o seu sentimento e questionamento para fora. Elas
bebem demais, comem demais, gastam demais, para quê? E assim a felicidade
existe... Será?
O lado bom é que eu não fui a única a confundir. Afinal de contas,
o belo coral do começo de “You Can´t...”e o trecho da letra já citada aqui
virou até mensagem bonitinha de campanha publicitária no Brasil!
Só caí na real quando percebi que não conseguia escrever
absolutamente nada sobre esse trabalho: não havia entendido mesmo! Até começar
a relembrar a época, a dura época em que Let It Bleed foi lançado . E sim, toda
essa massaroca de sentimentos que o mundo experimentava, do medo ao êxtase,
estava ali, em cada canção, em cada letra, encaixadas perfeitamente nos ritmos
certos. Um pouco no Blues, um pouco no Folk, um pouco do rock n roll puríssimo.
Um dos melhores trabalhos dos Stones, das nove músicas, as nove
são de ouro e até o próprio Mick Jagger admitiu que o disco é um de seus
trabalhos favoritos. E mesmo com a verdade daqueles dias expostas ali, não é um
álbum pesado ou difícil de ouvir, ao
contrário, o tempo passa muito rápido quando estamos ouvindo, o que prova que “o que é
bom dura pouco”.Muito clichê, mas na verdade essa foi a minha primeira impressão.
Lembro de uma época em que fazia alguns trabalhos falando
sobre as décadas de 60 e 70 e um dos fatos citados foi o do fã esfaqueado durante um show dos Stones, em
1968. A cena aparece no documentário da banda chamado “Gimme Shelter”, nome da
faixa mais significativa de Let it Bleed. A opinião de hoje, anos depois desses
estudos é que “Flower Power” era apenas uma utopia, as pessoas ainda são
egoístas e cheias de complexos e inseguranças de todo o tipo para conseguir
viver em uma comunidade onde tudo é divido de forma amorosa e harmoniosa.
Talvez a mensagem do disco seja essa mesmo, longe de querer ser a dona da
verdade.
Já que não vivi a loucura daqueles tempos, fico grata ao
legado que foi deixado, a dificuldade, o inconformismo e angústia de
toda uma geração, transmitidos em forma de arte.
Let It Bleed, Inglaterra, 1969
01- Gimme Shelter (Jagger – Richards)
02- Love in Vain (Jagger – Richards)
03 – Country
Honk (Jagger – Richards)
04 – Live Whith
Me(Jagger – Richards)
05 –Let It
Bleed (Jagger – Richards)
06 – Midnight
Rambler (Jagger – Richards)
07 – You Got
The Silver (Jagger – Richards)
08 – Monkey
Man (Jagger – Richards)
09 – You Can´t
Always Get What You Want
(Jagger
– Richards)
Cuidem-se, fiquem em paz na medida do possível, serenidade
nos tempos difíceis e muito som bom na cabecita de cada um de vocês. E, em
algum ano de Kali Yuga que eu não lembro (não lembro mesmo!), digo tchau!
E agora só faltam 997 !
=)
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