quinta-feira, 21 de março de 2013


# 4  The Rolling Stones, Let It Bleed,1969

Olá gatinhas e gatões curiosos!
O 1001 discos tem o prazer de apresentar o álbum de uma banda nova por aí, ouçam seu trabalho para dar uma forcinha pros caras.” Uns tais” de Rolling Stones.

O ano era 1969, período 5070-5071 de Kali Yuga, a idade das trevas, do ferro. O homem pisa na lua pela primeira vez, Woodstock chegando para os últimos suspiros do “Flower Power”, ano considerado também como o ano do nascimento da Internet, a Guerra do Vietnã rolando. O mundo ficava pequeno demais para tanto sentimento e criatividade explodindo dentro de cada ser humano. Como diria um amigo: “Um ano bem sugestivo”. E no meio de tudo isso e mais um pouco, Let it Bleed , é lançado mostrando a dureza desses tempos.
 Tudo se resumia em violência, política, poder, avanços tecnológicos e uma certa esperança e otimismo, as pessoas estavam formando suas comunidades, suas soluções. Não deve ser a  toa que o álbum começa com o apocalipse de “Gimme Shelter” e encerra com a triste mensagem de “You Can`t Always Get What You Want”.
O trabalho dos Stones em Let It Bleed também conta com uma variedade de ritmos, como era feito na boa época do rock onde o blues e o folk  influenciavam diretamente.

E como diria o livro que inspirou esse humilde Blog, o álbum também é hard hock. E é  assustador quando a gente lê a letra de” Midnight Rambler” , por exemplo.

Como não conhecia o álbum inteiro antes de comprá-lo, nas primeiras vezes em que ouvi, não entendia muito bem , afinal de contas, não consegui definir apenas um padrão e um ritmo para ele. Ao ler algumas letras, me confundo ainda mais achando que “Love In Vain” era apenas uma love song, mas que rolava depois da forte, política apocalíptica “Gimme Shelter”, passando depois para algumas mensagens de violência e ameaças de “Midnight Rambler” e propostas mega indecentes da música título do disco. Cheguei a pensar que minha música favorita era alguma mensagem de esperança! “Você não pode ter tudo o que quer, mas se tentar algumas vezes pode encontrar aquilo que precisa”. Realmente, é uma mensagem bonita, mas o contexto todo era expressar como algumas pessoas são conformadas demais e como elas ficam tristes e acabadas demais quando não colocam, todo o seu sentimento e questionamento para fora. Elas bebem demais, comem demais, gastam demais, para quê? E assim a felicidade existe... Será?
O lado bom é que eu não fui a única a confundir. Afinal de contas, o belo coral do começo de “You Can´t...”e o trecho da letra já citada aqui virou até mensagem bonitinha de campanha publicitária no Brasil!

Só caí na real quando percebi que não conseguia escrever absolutamente nada sobre esse trabalho: não havia entendido mesmo! Até começar a relembrar a época, a dura época em que Let It Bleed foi lançado . E sim, toda essa massaroca de sentimentos que o mundo experimentava, do medo ao êxtase, estava ali, em cada canção, em cada letra, encaixadas perfeitamente nos ritmos certos. Um pouco no Blues, um pouco no Folk, um pouco do rock n roll puríssimo.

Um dos melhores trabalhos dos Stones, das nove músicas, as nove são de ouro e até o próprio Mick Jagger admitiu que o disco é um de seus trabalhos favoritos. E mesmo com a verdade daqueles dias expostas ali, não é um álbum pesado ou  difícil de ouvir, ao contrário, o tempo passa muito rápido quando estamos ouvindo, o que prova que “o que é bom dura pouco”.Muito clichê, mas na verdade essa foi a minha primeira impressão.

Lembro de uma época em que fazia alguns trabalhos falando sobre as décadas de 60 e 70 e um dos fatos citados foi o do fã  esfaqueado durante um show dos Stones, em 1968. A cena aparece no documentário da banda chamado “Gimme Shelter”, nome da faixa mais significativa de Let it Bleed. A opinião de hoje, anos depois desses estudos é que “Flower Power” era apenas uma utopia, as pessoas ainda são egoístas e cheias de complexos e inseguranças de todo o tipo para conseguir viver em uma comunidade onde tudo é divido de forma amorosa e harmoniosa. Talvez a mensagem do disco seja essa mesmo, longe de querer ser a dona da verdade.

Já que não vivi a loucura daqueles tempos, fico grata ao legado que foi deixado, a dificuldade, o inconformismo e angústia de toda uma geração, transmitidos em forma de arte.

Let It Bleed, Inglaterra, 1969

01-  Gimme Shelter (Jagger – Richards)             
02-  Love in Vain (Jagger – Richards)                
03 – Country Honk  (Jagger – Richards)           
04 – Live Whith Me(Jagger – Richards)              
05 –Let It Bleed (Jagger – Richards)                 
06 – Midnight Rambler (Jagger – Richards)      
07 – You Got The Silver (Jagger – Richards)   
08 – Monkey Man (Jagger – Richards)             
09 – You Can´t Always Get What You Want 
                  (Jagger – Richards)                                 

Cuidem-se, fiquem em paz na medida do possível, serenidade nos tempos difíceis e muito som bom na cabecita de cada um de vocês. E, em algum ano de Kali Yuga que eu não lembro (não lembro mesmo!), digo tchau!
E agora só faltam 997 !
=)


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