sábado, 8 de junho de 2013

Lançamento 1001 Discos!

Ready To Die, The Stooges, 2013

Em 2009, após a morte do guitarrista Ron Asheton, os Stooges decidiram que precisavam gravar mais um disco e quatro anos depois, sai do forno "Ready To Die", pela gravadora independente Fat Possum Records.

No centro de um alvo e com dinamites pelo corpo, Iggy, aos 66 anos mostra que não tem nada a perder e está pronto para destruir tudo. Logo na primeira faixa do novo álbum, os riffs e a parede de barulho da banda já mostram bem que "Ready to Die" é barulho, força e tapa a orelha!

O álbum resgata a força e batida punk de "Raw Power",  lançado em 1973 e parece ser bem oposto do criticado "The Weirdness" de 2007.  A volta de Williamson  casando com a bateria de Scott Asheton faz uma boa diferença na sonoridade das músicas, em algumas faixas lembrando bem a fase garageira da banda.
O sax de Steve MacKay traz um clima mais jovial e sofisticado para canções como "Sex and money", que chega a ser uma faixa bem divertida. Quase setentões, ouvir os avôs do punk ,dizendo coisas como" Estou à procura de uma razão para viver/Sexo e dinheiro/ Eu só tenho duas coisas para dar/ Sexo e dinheiro", chega a parecer irônico e debochado. Mas estamos falando da banda de Iggy Pop, o cara que rolava em cacos de vidro, fazia as mais absurdas estripulias em palco e também fora dele e simplesmente revolucionou, junto com outras bandas a história do Rock. Então está certo, ele pode!

Lembrando que desde a década de 70, o público fã de Stooges mudou bastante e hoje em dia,ao se falar de Punk Rock a gente foge um pouco daquela cena sombria e densa das ruas de Nova York e o que dita as regras agora é algo mais leve, jovial, talvez até mais divertido, de fato.
O álbum mescla bem o as características joviem e agressiva nas faixas que seguem,como a letra de "Gun", que chega  a ser uma dura crítica a sociedade americana " gritando com outro cara/argumentando sobre a torta/se eu tivesse uma arma/atiraria em todo mundo".

O diferencial de "Ready To die" (voltando até aos dois primeiros álbuns que hoje em dia mal são citados para comparar com o atual), é que pela primeira vez pode- se sentir  uma pausa para o barulho e uma dedicação a sonoridade. Percebe-se bem  nas faixas "mais lentas" do disco. (Unfriendly World", Beat That Guy" e The Departed"). Não chegam a ser baladas, pois a forte e grave voz de Iggy traz uma referência folk, o que deixa o novo trabalho ainda mais interessante.
A faixa título do disco não chama muito atenção se for comparada aos outros certos sucessos,, mas também é muito bem produzida e conta com os ótimos riffs de Willianson , lembrando também a fase "Fun House/ Raw Power".

Destaques então para" Unfriendly World", "Sex and Money" e a faixa que fecha o trabalho " The departed", uma homenagem ao  falecido guitarrista e fundador dos Stooges junto com Iggy e Scott Asheton, Ron Asheton. Faixa que faz chorar até os mais durões avôs punk quando é tocado o riff de "I Wanna Be Your Dog", criado por ele e clássico da banda.
Nesse momento do disco não tem como não parar e pensar se estamos mesmo prontos para morrer,como o título do trabalho diz. Talvez sim, e isso até é mais fácil de se preparar do que perder pessoas que realemente gostamos.

Vale lembrar também , para os amantes do vinil,que o trabalho foi lançado nesse formato e está disponível nas principais livrarias e lojas de discos. Fica a dica para os colecionadores!

E é isso aí galera! Muito som bom na cabeça de vocês e, esse post em breve será divulgado em mais dois portais! É o 1001 discos se alastrando!!! =)
Fiquem na torcida, ok?

Até a próxima resenha que será recheada de gaita e Blues!