quarta-feira, 1 de maio de 2013

#5 Jeff Buckley, Grace, 1994

Saudações trabalhadores desse mundão! Esse post é pra vocês que no final do dia "na lida", descansam ao som de algum som bom!

E por falar em trabalho e em som bom, certo domingo estava eu, workando, em frente ao computador, sentada no meu lugar favorito (a fileira do fundo, onde ninguém senta, também conhecida como "hemisfério norte"), e depois de passar por mais de vinte vezes pelo fechamento do programa futebol, resolvo ouvir uma musiquinha. E caça dali, caça daqui, encontro todo o álbum Grace, do Jeff Buckley. Eternos "muito obrigada" para a pessoa que se arriscou colocando as músicas ali, foi por um bem maior, acreditem!.

E com essa voz sensacional na minha cabeça, atormento a vida do meu amigo livreiro favorito da Livraria famosa e gigante que fica em frente ao prédio onde trabalho.

Vinte longos dias depois, vou buscá-lo (CD importado, demorou pacacildas pra chegar) e resolvo comemorar tal  fato e outros mais com dois amigos em um pub também famoso, logo perto.
Fiz isso bem no dia do show da banda Television, de Tom Verlaine, que chegou a trabalhar junto com Buckley no seu segundo álbum. Meus amigos, ambos apaixonados pelo cantor, piraram com o CD e  o papo que por ali rolou teve muito a ver com o álbum, com "Last Goodbye", com o filme "Vanilla Sky" e alguma coisa a ver com os prós e contras eu ser o único ser solteiro da mesa e coisas que não me recordo mais, pois isso já faz quase um mês e eu tenho essa terrível mania de postergar meus posts e dá nisso!

O álbum, lançado em 1994,época do grunge, (toda aquela coisa pesada e instrumentos gritando tanto que a gente nunca consegue lembrar de uma música antes de ouvir por muitas e muitas vezes), pode ser comparado com os mais belos olhos que alguém já viu. Com o detalhe desses olhos também carregarem uma boa dose de tristeza. Me sinto assim ao ouvir, música a música: Diante de belos olhos azuis de alguém "so blue".
Mas o trabalho de Buckley não é  traumatizante e carregado de tristeza, e sim de uma incrível sensibilidade estética.As dez músicas do álbum falam sobre perda, mudanças, saudade, tudo aquilo que sentimos quando evoluímos de fase nesse game real que a gente chama de vida." Real " talvez não seja mesmo a palavra, afinal de contas, Buckley fez parte da trilha sonora do filme "Vanilla Sky " que , quem assistiu sabe que realidade pode ser um conceito bem distorcido e interpretativo.

Pode parecer coincidência, mas esse desapego que parece ser algo triste, na verdade é uma libertação e esses dias, nessa fase de "Grace" que tanto ouvi, duas coisas que faziam parte da minha vida,simplesmente não fazem mais. E o processo não foi tão difícil ou dolorido assim, talvez meus olhos fossem mais tristes na época em que me apeguei de verdade ao que me puxava para baixo.

Enfim, voltando ao álbum, destaques para a maravilhosa "Last Goodbye", que tem a capacidade de amolecer até o mais endurecido e frio dos corações (alguém que conheço precisa ouvir) e também tem uma capacidade incrível de trazer um certo ar de "final/recomeço", ótima para ser ouvida em finais de fases,ciclos, para quem se liga nisso, claro.
Ainda não sei, por experiência própria se concordo com a letras de "Lover, You Should`ve Come Over",embora ela seja linda e verdadeira ao dizer que se é jovem demais pra jogar tudo pro alto e desistir.
Outro destaque vai para "Dream Brother", mais agitada na parte instrumental  e "Hallelujah", de Leonard Cohen, onde percebi a mesma coisa que o jornalista que resenhou esse álbum para o livro 1001 discos para ouvir antes de morrer". Faço minhas as palavras de Seth Jacobson quando ele escreve que "demonstra tanta autoconfiança que ficamos pensando quem gravou a primeira versão".

E fica por aqui, minha homenagem a esse músico maravilhoso de uma das vozes mais potentes que ouvi (não falo aqui de gritaria), que tinha um futuro promissor, futuro que o músico deixou no Rio Wolf, Tennessee, morrendo afogado.

Esse post é dedicado também ao talento e arte de Jeff Buckley.
Obrigada.

Jeff Buckley, Grace, 1994, Columbia

01- Mojo Pin (Buckley - Lucas)
02- Grace (Buckley - Lucas)
03-  Last Goodbye (Buckley)
04- Liliac Wine (Shelton)
05- So Real (Bucley - Tighe)
06 - Hallehujah (Cohen)
07 - Lover, You Shold`ve Come Over (Buckley)
08 - Corpus Christi Carol (Buckley)
09- Eternal Life ( Buckley)
10 - Dream Brother (Buckley - Grondahi- Johnson)

Esse vídeo é a cena dos personagens Sofia (Penélope Cruz) e David (Tom Cruise), no filme Vanilla Sky.
Obrigada pelo link,conhecimento e coração divididos aqui, Bruno, amigo lindo!
=)



E agora, só restam 996!
Até a próxima e Tchaus!